terça-feira, 23 de junho de 2015





O que fizeram de tu, CaruaruDos festejos de São JoãoAonde antes reinava A sanfona e o baiãoE atualmente se vê Sertanejo e pancadãoO Pátio que é do Forró Com a bênção de GonzagãoAgora abriga Zezé de Camargo e SafadãoSem preconceito de estilo Entenda minha afliçãoPois tua festa surgiu Por causa de AzulãoPor causa de João do PifePor causa da tradiçãoGente como Onildo AlmeidaSebastião do RojãoHoje só o que se vêNessa imensa confusãoÉ uma festa sem graçaSem conteúdo e paixãoAonde o expectadorNão dá conta do valorNatural da grande festaNossa maior expressãoOs trios de pé de serraNão têm devida atençãoFicam em segundo planoNum palco sem dimensãoÉ até as bandas de pífanosSímbolos da regiãoTêm que ficar de joelhosPra entrar na programaçãoEu sei, vão justificarE tentar argumentar Que o artista da terraNão faz jus à multidãoE que o patrocinadorManipulando o povãoVai roubando o que é da genteSem pudor e sem razãoEu prefiro acreditarE digo de coraçãoQue essa festa na verdadePossui a grande funçãoQue é a de agregarValores e consagrarMantendo a fogueira acesaNa chama da tradiçãoQuando meu filho crescerVou assumir a funçãoDe explicar para eleQue havia na regiãoUma festa muito lindaCom fogueirinha e balãoOnde as pessoas sorriamDançando ao som do baião“Meu filho tudo acabouperdeu a cor e mudouE hoje o que só ficouFoi essa coisa sem chãoDesculpe, mas nós erramosNos perdemos na missãoE a tua geração Nunca vai saber ao certoNem mais vai sentir de pertoA festa de São João”.